A preocupação do governo português com o ouro do Madeira fê-lo tomar providência no sentido de que as viagens fossem levadas a efeito através do rio, daí passarem a escolher um local para colocarem um procurador posto ou quinto do ouro extraído da calha do rio e seus contribuintes ou por 10 anos e perderia tudo seu, inclusive escravos.
Conseguindo tal objetivo,
Teotônio, que já se encontrava no Pará, em busca de recursos, levou consigo
toda a família para a arrojada empreitada e dedicou-se de tal forma o
magistrado do governo de Rolim de Moura, que foi inicialmente muito elogiado
pelo governo do Pará, pois mostrava-se capaz de estancar possíveis pretensões
espanholas naquelas paragens.
Em 21 de fevereiro de 1759, o
governador Francisco Xavier de Mendonça Furtado criava a vila de Salto Grande,
embora o fundador, segundo o governo afirma em documentos enviados à corte, por
ser muito nervoso e pouco conciliador, provocasse a evasão de seus auxiliares e
a irritação dos Índios, que chegaram a desferir ataques ou se revoltarem com o
tratamento que dele recebiam, resultando no abandono do lugarejo.
Em 1819, houve novas tentativas
de povoar Teotônio: o tenente-coronel José Pereira da Silva, que terminou
assassinado por escravos e, finalmente, o tenente Diogo de Ramos Cardoso, que
resistiu às intempéries até 1825, quando viajou para o Pará. Quando Teotônio,
que chegara a ser nomeado ouvidor de Cuiabá e deixara de assumir para ir fundar
Boa Viagem, morreu em extrema pobreza em Santarém.
Hoje, a região da antiga Teotônio está submersa pelo Rio Madeira, em virtude da construção das barragens. Seus antigos moradores foram deslocados para região próxima da localidade original, e ela se chama Nova Teotônio, se transformando em região turística.
Aleks Palitot
Professor e Historiador