Marcon Rondon em Santo Antônio em 1927 |
Quando a área geográfica, hoje constituída pelo Estado de Rondônia, pertencia uma parte ao Estado do Amazonas e, outra, ao Estado de Mato Grosso, foi construído em atendimento ao artigo 6° do Acórdão n° 4, de 11 de novembro de 1899, do Supremo Tribunal Federal, um Marco Inicial Divisório visando fixar definitivamente os limites entre dois Estados. O Acórdão determinava também a construção de Marcos Secundários em madeira de lei. O art. 9° preconizava que deveria ser lavrado um termo na inauguração de cada Marco, com a sua descrição detalhada, definindo-o e caracterizando-o, assinados pelos representantes dos governos dos dois estados e pelos chefes das comissões demarcadoras. O primeiro Marco Principal, edificação de alvenaria de pedra, com argamassa de cimento e areia, à margem direita do Rio Madeira, às proximidades da cachoeira de Santo Antônio, situado nos paralelos 8° 48’00’’, da latitude sul e 20°45’46’’ sobre a longitude oeste do rio, constituiu o Marco Inicial da linha de limites entres os Estados do Amazonas e Mato Grosso.
Construído na parte mais alta do terreno em uma altitude de 41 metros, distante do rio, cerca de 84 metros, apresenta a forma: “ De uma pirâmide regular reta e triangular, encimando um prisma regular que lhe serve de alicerce e sobre o qual foi levantada de modo que as arestas de sua base ficassem paralelas às correspondentes da base d prisma. Este construído também de pedra e cimento com areia na mesma proporção acima indicada, tem um metro e vinte centímetros de altura e dele apenas vinte centímetros saem fora do solo. A altura da pirâmide é de dois metros e oitenta centímetros, o que dá ao Marco a altura de três metros acima do solo”. O interesse, ao observamos esse Marco, é constatarmos os dizeres do Termo de inauguração, assinado pelo Major Alípio Gama e Tenente-Coronel Felinto Alcino Braga, chefes das comissões Mato Grosso- Amazonas, lideradas por Marechal Rondon. Relatam: “De um lado e outro desse paralelo, sobre o qual devem também cair a projeção do vértice da pirâmide, ficam assim, num e no outro Estado, porções iguais do Marco que por isto tem uma face voltada para Mato Grosso, outra voltada para Amazonas, e a 3ª, em que se acha a data de inauguração, fica com a metade em cada um destes Estados”.
A inauguração do Marco Principal e Divisório foi no dia 10 de janeiro de 1911 e eram governantes dos Estados do Amazonas e Mato Grosso, respectivamente, o Cel. Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt e o Cel. Pedro Celestino Corrêa da Costa.
Infelizmente o Marcon Rondon ou marco divisório será a partir deste mês, o mesmo mês em quem à 100 anos foi inaugurado, será lembrado também como o mês de sua destruição. E assim, aos poucos a modernidade sem controle e responsabilidade vai levando nossa identidade e nossa cultura. Devemos preservar o nosso patrimônio, este, faz remissão à propriedade de algo que pode ser deixado de herança. Acrescentando à noção de cultura, conclui-se que é um produto da cultura o que é herdado e transmitido de geração para geração. Como na noção de cultura, no conceito de patrimônio cultural também são indissociáveis as dimensões materiais e simbólicas. Por esse motivo, é, principalmente, da própria comunidade que deve surgir a decisão do que se deve ser preservado dentre seus produtos culturais. Nesse sentido, a preservação tanto pode se dar individualmente como coletivamente, podendo os indivíduos ou os diversos grupos sociais criarem mecanismos de preservação daquilo que julgarem digno de ser preservado.
Aleks Palitot
Historiador
Realmente puro descaso com o patrimônio do Estado. O individualismo impera em nossa sociedade capitalista que em prol do "progresso" e do "avanço" tem cometido atrocidades, não só aqui, mas em todo o mundo. Vejamos, além das Usinas que estão sendo construídas em nosso Estado, os exemplos também de Belo Monte, Pinheirinhos, casos que, o dinheiro "fala-mais-alto" em detrimento da grande maioria que se encontra bem abaixo da hierarquia social. Esses "progressos" e "avanços" que eles buscam, são para eles, os ricos, empresários, as grandes indústrias, etc Vergonha e crime contra o verdadeiro patrimônio da humanidade, a saber, a história e vida dessas pessoas...
ResponderExcluir