sexta-feira, 16 de abril de 2010

Nos caminhos da Floresta

O legado deixado por Cândido Mariano da Silva Rondon não é suficientemente traduzido em sua eterna frase “Morrer se preciso for, matar nunca”. (Marechal Rondon) . O descendente de índios Bororos, do interior da até então Província do Mato Grosso têm na sua vida, uma grande passagem na história de Rondônia e do Brasil. Para nós rondonienses, a partir de junho de 1909 o mesmo passa a pertencer às páginas de nossa história pois, a cem anos Marechal Rondon chega a localidade de Vilhena, onde lá construirá a primeira Estação Telegráfica denominada Álvaro Vilhena, que no futuro justificará o nome da localidade.

A mais importante das expedições, para Rondônia, foi exatamente à terceira de 1909, pois aquela coluna varou todo o sertão do atual Estado em travessia que durou 237 dias, numa extensão a 800km, em duas turmas organizadas por Rondon e denominadas turma Norte e turma Sul. Como se tratava de uma das mais arriscadas missões da coluna expedicionária, Rondon cuidou em tomar algumas precauções, tais como: exigir de seus auxiliares, rigoroso exame sanitário, visando sondar o estado físico necessário aos andarilhos que seriam a partir de então.

Nos Campos Novos, no local por ele chamado Mata da Canga, os índios fizeram emboscadas que resultaram na morte de um soldado.

No dia 24 de outubro, a turma Norte composta por 28 homens, chefiada por Rondon se direciona a Santo Antônio do Alto Madeira, ao longo do caminho recolhem dados e analisam a fauna, a flora e solo por onde passavam. No dia 25 de dezembro chegam finalmente a localidade já sem alimentos e alguns membros bastante debilitados, quando o chefe da turma proferiu as seguintes palavras: “ Assim findou a nossa peregrinação de 8 meses, através dos sertões do noroeste mato-grossense, exploração realizada sob os auspícios do amor à Pátria. Não fôssemos mantidos por este sublime sentimento, não teríamos energia moral suficiente para suportar tão grandes choques e das privações de toda sorte que nos atormentaram a travessia” ( Marechal Rondon).

A abertura da linha telegráfica entre Cuiabá e Santo Antônio foi de grande valia aos estudiosos da fauna, flora e de riquezas minerais e vegetais, bem como aos etnólogos e geógrafos, pelo vasto relatório levado por ele ao conhecimento do governo brasileiro. A linha também permitiu o conhecimento e a exploração dos potenciais da região, fora do eixo da bacia do Madeira e conseqüente exploração, proporcionando o surgimento de vilarejos em torno das estações telegráficas.

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