quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Duelo da Fronteira: A Festa na Floresta de Rondônia

Duelo da Fronteira - Guajará-Mirim: Foto Ronaldo Nina
O Evento originou-se de um projeto criado pela União Municipal das Associações de Moradores de Guajará-Mirim (UMAM), sob a presidência do Sr. Aderson Mendes da Silva, com orientação e apoio da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), através do Campus de Guajará-Mirim. Em 1995 realiza-se o Primeiro Festival Folclórico da Pérola do Mamoré com a presença dos dois principais bois bumbás da região: Flor do Campo e Malhadinho, porém, marcadas somente pelas apresentações das danças, sem competição.

Duelo da Fronteira - Guajará-Mirim: Foto Ronaldo Nina
Em 1996 realiza-se o segundo Festival também sem O III Festival realizado em 1997 marca o início das competições e da grande rivalidade entre as duas principais agremiações de Bumbás, pois, é a partir dessa data que se inicia “o Duelo da Fronteira”, uma competição que ao final somente uma é consagrada vencedora que, neste Festival, foi conquistado pela agremiação do Boi Bumbá Malhadinho, também repetindo a dose no ano seguinte, consagrando-se campeã.
Duelo da Fronteira - Guajará-Mirim: Foto Ronaldo Nina
Nos anos de 1999, 2000, 2001e 2003, o Boi Bumbá Flor do Campo consagra-se como o grande vencedor do V, VI, VII e IX Festival, acirrando ainda mais a rivalidade e o entusiasmo dos expectadores em assistir o desenrolar dos futuros duelos.
No ano de 2002 não houve competição. E, em 2004, o resultado final simbolizou o clima de disputa e de duelo entre as duas associações de Bumbás rivais: Malhadinho e Flor do Campo, o empate.
Duelo da Fronteira - Guajará-Mirim: Foto Ronaldo Nina
Em 2005 o boi bumbá Malhadinho conquista o XI Festival Folclórico de Guajará-Mirim, consagrando-se como o grande campeão. Para o ano de 2006 espera-se mais um grande espetáculo e de disputa entre os dois principais bois bumbás da região proporcionando a todos aqueles que acompanham o evento a magia contagiante do folclore local refletida no brilhantismo e na explosão de alegria a cada apresentação, contribuindo para o fortalecimento e expansão da cultura local no cenário Estadual, Nacional e Internacional.

A FESTA DO BOI BUMBÁ

Duelo da Fronteira - Guajará-Mirim: Foto Ronaldo Nina
A Festa do Boi Bumbá ou Festa do Boi tem sua origem no Nordeste brasileiro, onde derivou de outra dança típica da referida região, o Bumba-meu-Boi. Com as constantes imigrações de nordestinos para a Região Norte do Brasil, em especial para o Estado do Amazonas, houve também a imigração de manifestações culturais, a exemplo do Bumba-meu-Boi que rapidamente foi assimilado pela população local com algumas modificações.
O Boi-Bumbá , com isso, tem sua história ligada ao Bumba-meu-Boi do nordeste, baseado na lenda do fazendeiro que possuía um boi de raça, muito bonito e igualmente querido por todos ,inclusive pelo dono. O boi ficava sob a responsabilidade do Sr. Negro Francisco, funcionário da fazenda. A Sra. Catirina, esposa do Negro Francisco, ao ficar grávida sente o desejo de comer a língua do boi, desse belo e querido boi e, com isso, pedi ao esposo que o sacrifique como forma de sanar seu desejo. Com medo de Catirine perder o filho que espera, caso o desejo não seja atendido, resolve roubar o boi de seu patrão, chamado de amo, para atender ao desejo de sua mulher. O Amo ao descobrir manda os índios caçarem o Negro Francisco, que busca um pajé para ressuscitar o boi. O boi renasce e tudo vira uma grande festa. O imaginário indígena e detalhes religiosos dos índios, como pajés e feiticeiros, foram incorporados com mais influência ao Boi-Bumbá.
É dentro deste enredo que se desenvolve as apresentações dos bois bumbás Malhadinho e Flor do Campo, trazido para Guajará-Mirim sob influência das diferentes manifestações folclóricas da Região Norte do país, principalmente do Estado do Amazonas.

O BOI BUMBÁ FLOR DO CAMPO
Criado em 1981 pela professora Georgina Ramos da Costa em uma das salas de aula da Escola Estadual Almirante Tamandaré, hoje chamada de Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Tamandaré, o Boi Flor do Campo foi primeiramente confeccionado com material de sucata, carcaça, cipós, pano, cola, papelão, jornal, cordão, agulhas, etc. Dona Georgina contou ainda com a ajuda, em especial, do professor Ermelo Mito, de dona Maria de Nazaré, da titia Lulu e da professora Valdecy Santos Paes. Na época o Boi era malhado de branco e preto e tinha o apelido de “Famosinho”.
O nome Flor do Campo veio do Pará, Estado natal de sua criadora, que é natural de Itaituba,sendo, hoje, as cores oficiais: o vermelho e o branco.

BOI BUMBÁ MALHADINHO
Criado em 1986 pelo Sr. Leonilso Muniz de Souza com o apoio do Sr. Aderço Mendes da Silva no bairro 10 de Abril, município de Guajará-Mirim, o Boi Bumbá Malhadinho foi primeiramente confeccionado em madeira, cipó, compensado, veludo e prego, suas cores eram o preto e o branco, suas fantasias eram feitas de papelão, penas, papel, lantejoulas, fitas, purpurina, sendo, hoje, as cores oficiais: o azul e o branco. Antes do início das competições propriamente dita, o boi bumbá Malhadinho marcou presença nas festividades embrionárias que mais tarde foram grandemente importantes para a estruturação do Festival.

Aleks Palitot

Historiador reconhecido pelo MEC pela portaria n° 387/87
Diploma n° 483/2007, Livro 001, Folha 098

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A sala de aula é o mundo

Expedição Machu Picchu Objetivo 2013

O que define o ser humano é o tempo. Ele é o espelho dos dias. Sempre haverá dois caminhos a serem escolhidos, isso é que torna a existência humana desafiadora. Esses dois caminhos muitas vezes se transformam em labirintos intermináveis. As provações fazem parte da grande aventura de viver.

Em mais uma edição da Expedição Machu Picchu Objetivo, ex alunos do colégio partiram para mais uma aventura com o professor e historiador Aleks Palitot, com destino ao país Peru. Os aventureiros Cristiano Priotto, Ingrid Ono, Jessica Luana, Gleyciane Souza, Guilherme Modesto, Louise Caroline, Sabrina Sousa, Antônio Mario, Eduardo Mesquita, Aramis Júnior, Henrique Braga, Mariana Somenzari e Jaluza Toledo, curtiram as paisagens fantástica que a geografia do Peru oferece, além claro da oportunidade de ter conhecido os inúmeros sítios históricos e arqueológicos do lugar, entre eles o principal Machu Picchu, a cidade sagrada considerada uma maravilha do mundo.
Os mochileiros e caçadores de aventura partiram de Porto Velho, capital de Rondônia no dia 5 de fevereiro de ônibus, até a cidade de Rio Branco no Acre. De lá seguiram pela Estrada do Pacífico até Cusco, antiga capital do Império Inca no Peru, considerada umbigo do mundo Inca.
Foi uma viagem no tempo, conhecer a história, de povos antigos, alguns antes do Império Inca. Percorrer as ruas, guetos e labirintos de Cusco, era respirar história, cultura e magia. Era sentir de perto o passado ainda presente de povos latino americanos que estiveram na América antes de nós, e deixaram para o futuro um legado valoroso, servindo de exemplo no presente. Tal legado foi visitado pelos aventureiros do Objetivo. As Igrejas antigas, monumentos históricos como: Puca Púcara, Tambamanchay, Pisac, Vale Sagrado, Pikilharka, Huanakancha e claro Machu Picchu. Aquilo que no passado os aventureiros aprenderam em sala de aula no colégio Objetivo, puderam conhecer na prática e in loco. A sala de aula era Machu Picchu e o quadro branco era visto em tempo real ao fundo com as ruínas da cidadela.
A aventura não ficou por aí. Os aventureiros seguiram a capital Lima no dia 10 de fevereiro e lá ficaram maravilhados com o Oceano Pacífico. A partir do distrito de Mira Flores, seguiram em um citytur pelos principais pontos históricos da localidade como: Praça Maior, Catedral de Lima, Palácio do Governo, Igreja dos Jesuítas, Catacumbas e talvez o ponto máximo o Museu Virtual Metropolitano de Lima.
A grande aventura de conhecer parte da história da América Latina finalizou-se no dia 15 de fevereiro, quando os caçadores de aventura voltaram a Rondônia. Eles voltaram sim, mas é certo, que parte deles ficou lá. Ficou em uma lembrança e em um momento especial. Ficou nas dificuldades de uma viagem longa, mas que os marcou para toda uma vida. Ficou nos momentos de reflexão, onde o pensamento dentro si, se perdeu nos Vales de Machu Picchu. Voltaram com mais bagagem do que levaram. Portanto, valeu a experiência de conviver em grupo, relembrar as aulas e os momentos vividos no colégio, e sentir de perto a história falada entre quatro paredes, e sentida na pele e no coração no umbigo do mundo, em Cusco. Foi assim que a sala de aula se tornou o centro do mundo.

Aleks Palitot
Professor e Historiador