domingo, 26 de fevereiro de 2012

Expedição Machu Picchu Objetivo 2012

Tudo na vida passa! Mas e uma viagem com amigos do tempo da escola com destino Machu Picchu!? Essa não passa nunca, ela fica guardada na lembrança e nos corações de quem viveu a intensa aventura de chegar em Machu Picchu, a grande cidade perdida dos INCAS.
Expedição Machu Pìcchu Objetivo 2012 no Peru
O Colégio Objetivo junto com o programa Trilhando a História reuniu 17 aventureiros e mochileiros em uma grande aventura com destino ao país vizinho Peru. A Expedição Machu Picchu Objetivo partiu de Porto Velho para a capital do Acre Rio Branco no dia 16 de fevereiro de 2012, a turma era formada pelo historiador Aleks Palitot e os ex alunos e convidados do Objetivo; Samantha Speroto, Vinícius dos Anjos, André Sousa, Pedro Chavaglia, Mateus Torres, Thais Eggers, Thaís Goulart, Carla Santos, Luciana Gusmão, Henrique Guimarães, Camila Patriota, Claudiana Linhares, Larissa Carvalho, Catharina, Lincoln Duarte e Thiago Cabral. A  turma da aventura chegou na fronteira do Brasil-Peru em Assis Brasil as 12 horas do dia 17 e logo encararam um grande obstáculo, a cidade peruana de Iñanpari estava totalmente inundada por uma enchente dos rios da Amazônia peruana. A grande dificuldade era atravessar para o outro lado da cidade onde ficava a imigração peruana. Com tantas dificuldades presente, os aventureiros não desistiram e imbuídos de um espírito de coragem atravessaram a cidade inundada em uma embarcação improvisada, mas cheia de jovens abnegados e determinados.

 O Grupo seguiu até Puerto Maldonado e na manhã seguinte do dia 18 de fevereiro embarcaram na aeronave da Star Peru com destino a Cusco capital do Império Inca, logo seguiram para conhecer o Vale Sagrado e localidade de Pisac, onde existem terraços para plantio do período dos Incas, aliás Cusco é um verdadeiro sítio histórico e arqueológico a céu aberto em plena Cordilheira dos Andes. Os aventureiros puderam conhecer um pouco sobre a história da civilização Inca, seus traços culturais e raízes que permanecem vivas no povo peruano.


Vale Sagrado em Pisac - Cusco - Peru
 O ponto máximo da Expedição foi com certeza a visita a Machu Picchu, cidade perdida dos Incas. Os mochileiros do Objetivo embarcaram no dia 20 em um trem panorâmico onde era possível durante o trajeto observar de quase todos os ângulos as paisagens, sítios históricos e pequenas comunidades antes de chegar em Águas Calientes, cidade base de Machu Picchu. O dia estava muito chuvoso, por isso a turma resolveu esperar embaixo no pé da montanha, para apenas a partir das 13h subir enfim até o tão esperado momento, conhecer Machu Picchu. Todos quando chegaram ao topo principal Inkipuku puderam contemplar Machu Picchu a uma altitude de 2.780 metros, o olhar da turma era de transe, todos maravilhados com a beleza do lugar, com sua história e cultura. Falando em História, foi a oportunidade ímpar para o professor Aleks Palitot que leciona no Colégio Objetivo Porto Velho à 11 anos, realizar um sonho, dar uma aula em Machu Picchu. Nada de sala de aula em quatro paredes, lá as paredes eram as nuvens e as montanhas, e o quadro branco era a cidade de Machu Picchu com todos os seus encantos. Sem sombra de dúvidas, tanto ter uma aula de história ou lecionar a mesma em Machu Picchu deve ser algo espetacular, sentir a história bem de perto, ver onde ela aconteceu e ainda acontece, ver com os seus próprios olhos, tal maravilha do mundo e sentir o quanto foi desafiador construir tal estrutura em cima da Cordilheira dos Andes. Imaginar o trabalho tamanho dos Incas para concluir aquela cidade mágica e grandiosa.

Praça Paitacuche em Águas Calientes - Peru
 

Aventureiros em Cusco no Templo do Sol
A aventura não acabou por aí, os aventureiros já estão se preparando para uma nova aventura em 2013, na Expedição Objetivo Lima-Santiago, o grupo de ex alunos do Colégio Objetivo vão conhecer a história das cidades Lima no Peru e Santiago no Chile. E você pensa que eles estão cansados da última aventura? Que nada, já estão com as mochilas prontas, no coração de cada um desses adoradores de uma boa aventura, a mochila é a sua casa e o mundo o seu novo lar.

Produção do Trilhando a História

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O Grande Museu Ipiranga


Museu do Ipiranga em São Paulo - Tela de Pedro Américo
Eterno, em decorrência do famoso "grito" de independência proclamado por D. Pedro , em 7 de setembro 1822, a região em torno do rio Ipiranga, hoje bairro Ipiranga sempre foi vista como um local que deveria retratar essa parte da história do Brasil. Intenssamente debatida durante o século XIX, a idéia de se criar no local um monumento comemorativo veio a concretizar-se em 1882, no momento em que foi escolhido o italiano Tommaso Bezzi para a execução de um projeto.

Aleks Palitot nos jardins do Museu Ipiranga em São Paulo
O monumento de grandiosas proporções, construído em dez anos (1885-1895), em estilo renascentista, seria antes de tudo um estabelecimento de ensino científico; no entanto, um acervo advindo, principalmente, da coleção pessoal de um coronel paulista (Joaquim Sertório) facilitou a instalação do museu no local. Junto a uma estátua em homenagem ao "grito", (projeto do italiano Ettore Ximenez, em granito, com adornos em bronze e, em cujo subsolo se encontram os despojos de D. Pedro I e suas duas esposas) o Museu do Ipiranga, como é carinhosamente chamado pelos paulistanos, faz parte do conjunto denominado Parque da Independência.
Idealizado por um grupo de paisagistas especialmente contratada para a ocasião, um jardim une o museu e o monumento ao outros edifícios existentes no local (há um viveiro de plantas, um museu de zoologia e uma outra casa histórica, cujo valor patrimonial ainda é discutido). Com estilo francês, com repuxos e aléias em declive, o jardim está localizado em um terreno rebaixado, proporcionando assim, um maior destaque ao prédio do Museu. Buscando a compreensão da sociedade brasileira através de sua história, o Museu Paulista conta, em seu acervo de mais de 125 mil itens, com objetos indígenas, mobiliário, armaria, pinturas, ferramentas e outros instrumentos, muitos de uso pessoal, que retratam a vida no país, desde os idos de 1500 até 1950.

Dom Pedro o defensor do Brasil

Ocorreram muitas revoltas pela libertação do Brasil, nas quais muitos brasileiros perderam a vida. Os que morrem achavam que valia a pena sacrificar-se para melhorar a situação do povo brasileiro. Queriam uma vida melhor, não só para eles, mas para todos os brasileiros. Mas a Independência do Brasil só aconteceu em 1822. E não foi uma separação total, como aconteceu em outros países da América que, ao ficarem independentes, tornaram-se repúblicas governadas por pessoas nascidas no país libertado. O Brasil independente continuou sendo um reino, e seu primeiro imperador foi Dom Pedro I, que era filho do rei D. João VI de Portugal.
Dom Pedro estava voltando à São Paulo, após uma viagem a Santos. Era 16 horas e 30 minutos do dia 07 de setembro de 1822, quando o correio alcançou Dom Pedro nas margens do rio Ipiranga e entregou-lhe as cartas. Ele começou a lê-las. Eram uma instrução das Cortes portuguesas, uma carta de Dom João VI, outra da princesa e um ofício de José Bonifácio. Todos diziam a mesma coisa: que Lisboa rebaixava o príncipe a mero delegado das Cortes, limitando sua autoridade às províncias, onde ela ainda era reconhecida. Além disso, exigiam seu imediato regresso a Portugal, bem como a prisão e processo de José Bonifácio. A princesa recomendava prudência, mas José Bonifácio era alarmante, comunicando-lhe que além de seiscentos soldados lusitanos que já haviam desembarcado na Bahia, outros 7 mil estavam em treinamento para serem colocados em todo o Norte do Brasil. Terminava afirmando: "Só existem dois caminhos: ou voltar para Portugal como prisioneiro das cortes portuguesas ou proclamar a Independência, tornando-se imperador do Brasil".
Após arrancar as insígnias de cores azuis e brancas de seu uniforme, o príncipe sacou a espada e gritou: " Por meu sangue, por minha honra e por Deus, farei do Brasil um país livre", em seguida, erguendo a espada, afirmou: "Brasileiros, de hoje em diante nosso lema será:Independência ou Morte!".

Aleks Palitot
Historiador

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Território Federal do Guaporé

A Elevação da região em Território Federal está intimamente ligado a liderança e atuação de Aluízio Ferreira, que articulou as forças para atingir a emancipação. A Crise da Borracha Amazônica provocada pela concorrência da Malásia, originou o abandono dos seringais e a conseqüente retirada da empresa de Farquar da administração da E. F. M. M. Em 10 de julho de 1931 inicia-se a intervenção do governo brasileiro na Ferrovia, já em 1937 o contrato é rescindido e a Ferrovia é estatizada. A Ferrovia funciona até 1972, quando é sucateado pelo 5º Batalhão de Engenharia e Construção.
Getúlio Vargas em pronunciamento a população de Porto Velho em 10.10.40
Durante a Crise da Borracha amazônica nas décadas de 1920 e 1930, nem os grandes empreendimentos resistiram, como é o caso da Fordelândia, grande projeto de produção de látex no Pará de propriedade do norte americano Henry Ford. O advento do 2ª Grande Guerra e o controle japonês sobre a Malásia e Cingapura, promoveram nova corrida pela borracha amazônica.
Em 1942 foram assinados os acordos de Washington, que visavam implementar um programa denominado guerra pela borracha. Grandes levas de nordestinos chegaram a região, foi ainda criado um programa de sanitarização de algumas regiões. O Governo Brasileiro criou o Banco da Borracha, a Rubber Corporation e a Sava (Superintendência de Abastecimento do Vale Amazônico) com o intuito de quebrar a estrutura arcaica do aviamento, mas não obtiveram sucesso.
Estátua de Vargas na Av. Sete de Setembro
Em 13 de Setembro de 1943, foi criado o Território Federal do Guaporé, com terras desmembradas do Mato Grosso, e do Amazonas, contando, com 04 municípios: Porto Velho (capital), Lábrea, Guajará-Mirim e Santo Antônio. O primeiro governador foi o Major Aluízio Ferreira que logo após tornou-se Deputado Federal pela região, e chefe do grupo político Cutuba (situação), que conflitava-se com os Peles Curtas, sob a liderança de Joaquim Vicente Rondon e Renato Medeiros.
Em 1944 ocorreu a reorganização do mapa do território do Guaporé, que passou a contar com 02 municípios - Porto Velho e Guajará-Mirim. Em 1956, o Território do Guaporé passou para Território Federal de Rondônia na mesma época do Governo J.K foi iniciado a abertura da BR - 029 (atual - 364) que auxiliou no novo surto migratório para a região juntamente com os garimpos de Cassiterita e pedras preciosas.
No ano de 1936, Aluísio faz um discurso sobre "Uma obra nacionalista no Oeste do Brasil: a rodovia Amazonas/Mato Grosso" tambem em que, claro defende a implantação de um território englobando parte das terras tambem dos dois estados.
Já tambem em 1939, o Conselho de Segurança Nacional sugere ao presidente Getúlio Vargas a criação de territórios federais ao longo das regiões desabitadas do país. Aluísio Ferreira sugere o nome de Rondônia ao Território projetado para o alto Rio Madeira e de igual maneira que, claro a capital seja na cidade de Porto Velho, com o nome de Caiari, tambem em homenagem ao nome indígena do Rio Madeira.
Pelo decreto-lei 5.812 de 13 de setembro de 1943, o presidente Getúlio Vargas junta terras tambem dos Estados do Amazonas e de igual maneira do Mato Grosso, criando o Território Federal do Guaporé com 4 municípios. O general Rondon, supostamente por desavenças com os revolucionários de 1930, rejeita a proposta de ser seu patrono. No dia 24 de novembro daquele ano, o coronel Aluísio Ferreira toma posse na Capital Federal Rio de Janeiro como primeiro governador do recém-criado Território. D. Bento Aloisio Masella, núncio apostólico do Vaticano no Brasil, designa como padroeira do Território Nossa Senhora de Nazaré. Somente tambem em 24 de janeiro de 1944 é que, claro Aluísio assume o governo e de igual maneira instala o Território, tambem em ato no Colégio Barão do Solimões na capital do Território.
Aleks Palitot
Historiador

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Rondon, nos caminhos da floresta

O legado deixado por Cândido Mariano da Silva Rondon não é suficientemente traduzido em sua eterna frase “Morrer se preciso for, matar nunca”. (Marechal Rondon) . O descendente de índios Bororos, do interior da até então Província do Mato Grosso têm na sua vida, uma grande passagem na história de Rondônia e do Brasil. Para nós rondonienses, a partir de junho de 1909 o mesmo passa a pertencer às páginas de nossa história pois, a cem anos Marechal Rondon chega a localidade de Vilhena, onde lá construirá a primeira Estação Telegráfica denominada Álvaro Vilhena, que no futuro justificará o nome da localidade.

Reinaldo (câmera) e Aleks Palitot, na Estação Telegráfica construída em 1911 em Vilhena
A mais importante das expedições, para Rondônia, foi exatamente à terceira de 1909, pois aquela coluna varou todo o sertão do atual Estado em travessia que durou 237 dias, numa extensão a 800km, em duas turmas organizadas por Rondon e denominadas turma Norte e turma Sul. Como se tratava de uma das mais arriscadas missões da coluna expedicionária, Rondon cuidou em tomar algumas precauções, tais como: exigir de seus auxiliares, rigoroso exame sanitário, visando sondar o estado físico necessário aos andarilhos que seriam a partir de então. 
Marechal Rondon em contatos com índios em 1922
Nos Campos Novos, no local por ele chamado Mata da Canga, os índios fizeram emboscadas que resultaram na morte de um soldado.
No dia 24 de outubro, a turma Norte composta por 28 homens, chefiada por Rondon se direciona a Santo Antônio do Alto Madeira, ao longo do caminho recolhem dados e analisam a fauna, a flora e solo por onde passavam. No dia 25 de dezembro chegam finalmente a localidade já sem alimentos e alguns membros bastante debilitados, quando o chefe da turma proferiu as seguintes palavras: “ Assim findou a nossa peregrinação de 8 meses, através dos sertões do noroeste mato-grossense, exploração realizada sob os auspícios do amor à Pátria. Não fôssemos mantidos por este sublime sentimento, não teríamos energia moral suficiente para suportar tão grandes choques e das privações de toda sorte que nos atormentaram a travessia” ( Marechal Rondon). A abertura da linha telegráfica entre Cuiabá e Santo Antônio foi de grande valia aos estudiosos da fauna, flora e de riquezas minerais e vegetais, bem como aos etnólogos e geógrafos, pelo vasto relatório levado por ele ao conhecimento do governo brasileiro. A linha também permitiu o conhecimento e a exploração dos potenciais da região, fora do eixo da bacia do Madeira e conseqüente exploração, proporcionando o surgimento de vilarejos em torno das estações telegráficas.

Aleks Palitot no Marco divisório Rondon em Santo Antônio

A sua história

A Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em Mimoso no estado do Mato Grosso em 1865. Cinco meses depois, seu pai morreu, a aos dois anos ele perdeu a mãe, descedente de índios terena e bororo. Rondon foi morar com o tio em Cuiabá e se formou na escola normal aos dezesseis anos. Assim como muitos brasileiros, ele não tinha como custear estudos complementares, e sua única opção para continuar a instruir-se foi entrar para o Exército. Transferido para o Rio de Janeiro, estudou na Academia Militar e na Escola Superior de Guerra, formando-se engenheiro militar em 1890. Rondon não desempenhou papel de destaque nos acontecimentos que varam à proclamação da República em 1889. Jovem oficial, foi despachado de volta ao Mato Grosso, sua terra natal, e passou os trinta anos seguintes construindo linhas telegráficas. Em 1927, aos 62 anos, iniciou a árdua tarefa de inspecionar todas as fronteiras internacionais do Brasil e fazer o levantamento topográfico delas, cumprindo boa parte dessa missão a pé ou em canoas, atravessando cerca de 40 mil quilômetros de território. Reformado em 1930, levou uma vida muito ativa como presidente do Conselho Nacional de Proteção aos Índios. Nesse cargo, usou sua influência para conseguir a decretação da data nacional do Dia do Índio, ao mesmo tempo que continuou a se dedicar à causa do positivismo. Morreu em 1958.

Marechal Rondon ao lado de um Marco Divisório em 1930

Aleks Palitot
Historiador

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Forte Príncipe da Beira, a Fortaleza da Floresta

Dizia o grande poeta Fernando Pessoa: “Ó mar salgado, quanto do teu sal, São lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar, Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena”.

Marechal Rondon com sua comissão em 1911 no Forte
A luta inscesante do Reino de Portugal não estava reduzida apenas as Grandes Navegações, como o próprio Fernado Pessoa nos deixa claro, em relação ao grande sacrifício dos portugueses para conquistar as terras além mar. É evindente que o sacrifício ficou pequeno diante das riquezas conseguidas pelo El-Rei as custas de muitas vidas nativas e da exploração do Brasil.
Foi nos confins da Amazônia, palco de várias disputas entre os Reinos Ibéricos envolvendo então, Espanha e Portugal que o Real Forte Príncipe da Beira, na margem direita do rio Guaporé, fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia, foi construído. O mesmo é o mais antigo monumento histórico de Rondônia, símbolo das dispustas coloniais. Sua construção foi iniciada em 2 de junho de 1776 pelo engenheiro Domingos Samboceti, que faleceu de malária durante a obra, a mesma foi finalizada com muitas dificudades em 20 de agosto de 1783 pelo capitão engenheiro Ricardo Franco de Almeida e Serra.

Aleks Palitot no Forte em 2011
Sua construção teve o objetivo de consolidar a posse da coroa portuguêsa sobre as terras à margem direita dos rios Guaporé e Mamoré, no extremo noroeste do Brasil. Localiza-se há mais de 3.000km do litoral, em ponto ainda hoje de difícil acesso, e em pleno coração da grande floresta Amazônica, no município de Costa Marques.

 

O passado glorioso

Ao início da obra, disse dela o Governador da Província de Mato Grosso Luis Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, em junho de 1776: "A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei, nosso Senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalho que dê,... é serviço de Portugal. E tem de se cumprir." A ata da cerimônia de lançamento consagra os quatro baluartes que teria a fortificação a Nossa Senhora da Conceição e Santa Bárbara, adjacentes ao rio; a Santo Antonio de Pádua e Santo André Avelino, os que corresponderiam aos anteriores, nesta ordem, voltados para a floresta.

Baluarte de Real Forte Príncipe da Beira em Costa Marques - RO
O Forte é um quadrado com 970m de perímetro, muralhas de 10m de altura e seus quatro baluartes são armados, cada um, com quatorze canhoneiras, que partiram de Belém em 1825 e só chegaram cinco anos depois. Construído de acordo com o sistema Vauban, no entorno, um profundo fosso somente permitia ingresso através de ponte elevadiça que conduzia a um portão com 3m de altura, aberto na muralha norte, a mesma não chegou a ser totalmente constrída. No interior haviam quatorze residências para o comandante e os oficiais, além de capela, armazém e depósitos. O mesmo foi abandonado em 1889, já na República, e permaneceu em absoluto abandono cerca de 40 anos, sendo saqueado e invadido pela floresta. Em 1911 foi reencontrado pelo então Major Cândido Rondon, que retornou em 1930 e construiu as instalações da unidade militar que acantonou ao lado das ruínas.
A grande fortaleza em meio a floresta desperta em nós rondonienses o sentimento de orgulho e regionalismo,pois, o passado é a dimensão viva do presente, e é este passado que devemos preservar com o intuito de transmitir para as futuras gerações o valoroso empenho dos desbravadores que ajudaram a traçar os novos limites do Brasil.

Aleks Palitot
Historiador