quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Artigo da Semana

Faces da História

Sangue Negro do Capitalismo
                                                                      

Charlie Chaplin no filme Tempos Modernos
Costuma-se dizer que o capitalismo é um estado natural da humanidade. Assim, se o capitalismo tem suas catástrofes, essas são catástrofes igualmente naturais, sem rosto, sem responsável. Afinal, como responsabilizar o índice Dow Jones? Como odiar uma instituição como o FMI? O Sangue Negro do Capitalismo sempre será uma obra atual, com aspectos essenciais de um modelo econômico, de uma ideologia e de uma política que, na sua prática, têm, ao longo da história e em todo o mundo, produzindo injustiça, discriminação, desigualdade e exclusão social, escravidão, tortura, violência, roubo de terras, imposição de ditaduras, embargos econômicos, devastação ambiental e destruição de modos de vida.
O Capitalismo ganhou e sua robusta versão mafiosa pisa sobre os despojos de seus inimigos. Que adversário real pode existir ainda? Para mim, um simples historiador, o adversário é a multidão civil envolvida no processo:
O fantasma daquela multidão deportada da África para as Américas, que ao longo da América colonial, foram explorados e martirizados pelos senhores de engenho; ou  daqueles sacrificados nas trincheiras de uma guerra absurda, como a da Primeira Guerra Mundial; ou então daqueles queimados vivos no Napalm durante a Guerra do Vietnan, até mesmo os torturados até a morte nas celas dos cães-de-guarda do capitalismo; os fuzilados na África ou na Ásia , os fuzilados no Iraque, as centenas de milhares de massacrados na Indonésia, os que foram sistematicamente assassinados na China para garantir a livre circulação do ópio. De todos aqueles, as mãos dos sobreviventes receberam a chama da revolta do homem a quem a dignidade foi negada. As mãos quase inertes das crianças do Terceiro Mundo diariamente mortas aos milhares pela subnutrição na Somália e no Congo, as mãos descarnadas dos povos condenados a pagar os juros de uma dívida que serviu apenas para enriquecer seus dirigentes, as mãos trêmulas dos que mendigam ao lado da opulência. Mãos que ainda irão se unir.  
Não precisamos ir tão longe para perceber que da mesma maneira que o capitalismo seguido da modernidade e seus benefícios, não trás  embutido em seu produto as fórmulas para seus efeitos colaterais. Efeitos  que sentimos todos os dias, nas mais divérsas áreas de nossas vidas. Quem já não percebeu os assaltos em pleno crescimento em Porto Velho, ou até mesmo a saúde  precária e ineficiência dos orgãos públicos. Quantos de nós já pagamos caro pelas contas e juros mal calculados e cobrados de man eira arbitrária, por que não dizer de nossos representantes políticos de Rondônia .  
Por isso, cada um de nós, jovens na idade ou no espírito,  devemos lembrar sempre, que os fatos históricos e o PASSADO são a dimensão viva do PRESENTE, Nós somos a dimensão viva do FUTURO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário