domingo, 24 de julho de 2011

Vila Murtinho, onde sobra História, falta preservação

Estação Ferroviária de Vila Murtinho fronteira com a Bolívia
Vila Murtinho, situada na confluência dos rios Beni e Mamoré, era a estação da E.F.M.M. mais movimentada. A razão consistia em ser o ponto de embarque das mercadorias dos produtores bolivianos como a borracha, a castanha, a copaíba, poaia, o camaru, além de ser o porto de desembarque das mercadorias vindas da Europa. Estas eram embarcadas com destino à “ Casa Suares” em Cachoeira Esperanza, sede dos serigais benianos.
Nos dias da chegada dos trens, Vila Murtinho regurgitava de gente. Bolivianos e brasileiros confraternizavam-se nesse dia em cervejadas homéricas e nos jogos de pôquer, da pinta e do cispladim. Por vezes essas reuniões degeneravam-se em sérios conflitos. Por isso o governo do Mato Grosso nomeou delegado da localidade um capitão reformado da polícia chamado Capitão Paz, para por fim as badernas.
Vila Murtinho hoje é só ruínas, existe ainda resistindo ao tempo uma Igreja gótica de Santa Teresinha, uma Estação da Ferrovia abandonada, algumas casa antigas com sua estrutura comprometida, uma caixa d’água de 100 anos e alguns galpões.

O Trilhando a História vai ao ar todas as terças no canal 17 na Rede TV Rondônia no programa Fala Rondônia ao meio dia em rede estadual e em horários alternativos nos canais 20 e 25.
 

2 comentários:

  1. Fantástica a matéria de hoje, sempre bom saber existem pessoas preocupada em lembrar e divulgar um pedaço da história de nossa terra.

    Luciano G. Slva
    Porto Velho - RO

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  2. Sou rondoniense de Guajará-Mirim. Filho de guarda territorial, quando menino morei em Vila Murtinho e no Núcleo do Iata, isso, na década de 1960. Hoje, com 56 anos de idade, tenho bastante saudade daquela época em que andávamos de trem, a velha Maria-Fumaça. Lembro que o meu pai sempre nos obrigava a vestir a roupa mais velha para a viagem, pois ao chegarmos, de Porto Velho a Guajará, com certeza a roupa estaria toda queimada pelas faíscas que a máquina soltava ao longo do trecho. Bons tempos aqueles. Parabéns pela matéria.

    Francisco Espiridião, jornalista, morando hoje em Boa Vista (RR); e-mail: fe.chagas@uol.com.br

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